Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, cerca de 40% da nossa população adulta, o equivalente a 57,4 milhões de pessoas, possui pelo menos uma doença crônica não transmissível (DCNT).  São 34,4 milhões de mulheres (59,93%), e 23 milhões de homens (40,06%), portadores de enfermidades crônicas. (PNS/MS 2010; IBGE/2010)

Esses dados indicam uma importante realidade que ainda necessita de maior atenção por parte das instituições de formação e assistência, bem como os profissionais da área de saúde.

Como na trama de Moebius, lados opostos são continuidade de uma mesma realidade.

Instituições e pacientes são complementares; uma espiral sinergética.

Profissionais, pacientes e famíliares desejam dispor de um tempo para exprimir suas dificuldades, suas certezas e seus receios a respeito da melhor forma de cuidados em saúde e desenvolvimento de bem-estar. No entanto, isto raramente acontece. Regra geral, as instituições e profissionais têm o paciente como àquele entregue às ações de cuidados demandados por terceiros, enquanto caberia a ele, paciente, administrar e se responsabilizar pelas terapêuticas prescritas.

Entre o conhecimento científico, instituições, tempos, custos, profissionais, pacientes, famílias, achismos, crendices e vontades, existe um objetivo maior a ser alcançado, a busca pela convergência de objetivos.

A Educação Terapêutica do Paciente- ETP responde a isto.

A ETP tem por objetivo proporcionar maior adesão do paciente ao tratamento permitindo-lhe autonomizar-se, adquirir e conservar competências a fim de melhorar a sua qualidade de vida na relação com a sua doença.

A proposta da Educação Terapêutica do Paciente (ETP) representa um novo reconhecimento da potencialidade e autodeterminação do sujeito ante a sua doença crônica, possibilitando a formação de uma aliança atuante no processo terapêutico, ao mesmo tempo que se forma um parceiro de pleno direito na gestão da enfermidade.

Reconhecer a experiência e o conhecimento dos pacientes é um novo paradigma em saúde.

A proposta responde a um pedido de prevenção terciária, em que   profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, técnicos de enfermagem, terapeutas ocupacionais); disponibilizarão alguns conhecimentos e experiência para o paciente; e para tanto deverão ser capacitados.

O processo de ETP alavanca um conhecimento que não pode ser ignorado pelos gestores atentos, voltados à busca da melhoria da qualidade na prestação de cuidados.

A educação terapêutica do paciente deu provas da sua eficácia em acometidos por várias doenças crônicas (asma, diabetes, doenças cardiovasculares, dermatite atópica, oncologia, psiquiatria etc.).

Utilizamos modelos pedagógicos inovadores na aprendizagem de adultos, como abordagens participativas, trabalho colaborativo e troca de experiências. Colocamos à sua disposição nossa experiência de treinamento de profissionais da saúde, pacientes especialistas e grupos multiprofissionais em tópicos relacionados a doenças crônicas.

Somos pioneiros nessa metodologia no Brasil, com docente formado pela UPMC (Université Sorbonne- Pierre et Marie Curie)